Todos os anos, milhares de pessoas visitam a nossa cidade, Viana do Castelo, para assistir á rainha das Romarias. A Festa contagia a cidade, as ruas enchem-se de sorrisos e gargalhadas, gritos e inevitáveis caralhadas, marca profunda de uma festa que é feita do mais modesto e nobre povo, os pescadores.
A Agonia que passam todos os dias no mar, dá nome á festa, e os medos diários de remar contra ventos e marés dão lugar á folia e orgulho, típicos sentimentos de quem participa e transforma a sua festa, na mais sumptuosa romaria do país.
E a diferença entre esta e outras festas é mesmo essa. É que as gentes de Viana amam a sua terra.
Quem passa a noite da 19 para 20 de Agosto na ribeira de Viana do Castelo, não pode negar a humildade do cenário a que assite. As mais tipicas tascas de Viana, ocupadas diáriamente pelo fumo do tabaco dos pescadores, normalmente carregado de preocupações e aventuras vividas na clandestinidade, enchem-se de azáfama. Jovens curiosos, homens aventureiros e velhos experientes, juntam-se numa noite de festa, partilham histórias, afogam as mágoas no alcool, e divertem-se lado a lado, sempre acompanhados pela poesia e desgarrada que o som da concertina alimenta. E é ao som da concertina, que o povo poeta, liberta toda a sua alegria, cantando rimas, desafiando o parceiro, ou simplesmente ouvindo o som melódico que sai das articulações do instrumento...
E alguém no meio do povo grita: "Temos poeta!!!!"
Ao que alguém responde: "Poeta?! Poeta é o povo!"
segunda-feira, 20 de agosto de 2007
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